31/03/10

Uma casa para um livro + Percurso publico

Foi-nos lançado o exercício num vazio urbano (terreno baldio) entre a Rua de São Mamede e a Rua da Saudade, no Castelo em Lisboa onde teríamos de projectar uma casa para um livro, neste caso para o “Sr. Brecht” e realizar um percurso publico que interliga-se as duas ruas.
Livro "o Sr. Brecht" um contador de histórias, autor do livro Gonçalo M. Tavares.





O meu projecto tenta em primeiro lugar dar uma resposta aquele sitio, tendo em conta as suas características e situação, dado a que este terreno se situa numa encosta este tem umas propriedades muito especificas como uma inclinação muito grande com uma diferença altimétrica de 20m d altura, são estes 20m que unem as duas ruas, a rua de são Mamede, onde o terreno se encontra entre cota 40 à 44 da rua e a Rua da Saudade onde o terreno se encontra entre a cota 60 a 59,sendo esta uma rua bastante ampla formando quase um largo e tendo portanto uma enorme amplitude de visão sobre a cidade e o rio ao contrario da Rua de São Mamede que se restringe a fachada dos edifícios circundantes.
São estas características inerentes ao lugar que me levaram a construir de forma escalonada acompanhando a topografia. A minha primeira ideia de estratégia projectual surgiu em diferenciar três entradas da casa com características diferentes uma entrada pedonal privada mas exterior pela rua da Saudade, uma entrada viária pela rua de São Mamede e uma entrada pedonal a uma cota intermédia por um pátio onde a casa se encontra com o percurso publico e com o comercio (padaria, livraria) que confina e delimita este pátio atribuindo-lhe um cariz iminentemente social como é característico desta zona.



O percurso interage com a casa penetrando de forma serpenteada no domínio privado da mesma, criando zonas de maior amplitude de visão sobre a cidade e outras de restrição.
Tendo em atenção o programa defini os espaços sociais como o esqueleto da casa em termos altimétricos organizando assim os outros espaços ao redor destes, prevalecendo assim o carácter horizontal da minha estrutura espacial. É no entanto de salientar que estes espaços sociais têm características diferentes consoante o envolvente do andar em que se situa.

corte CD corte AB

Ao nível da Rua de São Mamede encontra-se apenas a garagem que somente mantêm relação com os pisos superiores através de um vão de escadas que liga os 5 primeiros pisos.
Planta a cota 45,25
No piso superior encontra-se a cozinha, a lavandaria e os arrumos, sendo assim um piso de serviços.

Planta a cota 48,35

No piso seguinte é o que faz a ligação com o pátio do comercio, contem uma sala de cariz mais social com um lavabo de apoio e tem acesso as escadarias laterais que ligam exteriormente esta cota com a cota da rua da Saudade.


Planta a cota 50,25 corte IJ

Os dois níveis seguintes contem cada um duas suites e um espaço social bastante mais privado, sendo que um deles é um espaço social exterior e o outro tem duplo pé direito ligando ao ultimo espaço social que se encontra na cota da rua da saudade e que está relacionado com o espaço do sr. Brecht.


Planta a cota 54,25 Planta a cota 56,75

É este o espaço que exerce um domínio sobre todos os outros e até sobre a própria cidade quer a nível de visão quer de exercício do poder. O contador de historias observa, cria e conta tendo uma intervenção directa sobre a vida da cidade, é por isso que a sua biblioteca, depósito de todas as possíveis historias, se encontra adjacente ao seu espaço mas num nível superior possibilitando uma maior analise e recolhimento mas beneficiando também de uma maior luminosidade e espaço de reflexão.



Planta a cota 59,76 Planta a cota 62,5


corte EF corte GH
Trabalho realizado na disciplina de Arquitectura II, do curso de Arquitectura da Universidade Lusiada de Lisboa, Ano lectivo 2008/2009

Exposição de maquetes peter Zumthor


Termas do Vale, 1996















Farol de Santa Marta

Visita de estudo ao museu do farol
de santa marta,em cascais, portugal.

Num esporão rochoso, junto à antiga ermida de Santa Marta que deu o nome ao local, ergueu-se, na década de 50 do século XVII, um pequeno forte que fez parte da época marítima do porto e vila de Cascais, combinando fogo de artilharia com a Fortaleza de N. Sra. Da Luz e o Forte de Sto. António do Estoril. Em 1762 e 1763 foi modernizado e acrescentado, adquirindo o traçado que hoje, em boa parte, ainda conserva.
O forte após perder o seu valor militar, recebe em 1868 uma nova função, a de farol, para guiar o passo aos mareantes que demandassem Cascais ou Lisboa, pela Barra Pequena. A torre conheceu transformações profundas em 1908 e no ano de 1936, quando foi aumentada em oito metros. Automatizado em 1981, o Farol de Santa Marta dispensou, a partir de então, a presença de faroleiros. Entre 2003 e 2007 recebeu a intervenção num museu do farol pelos Arquitectos Aires Mateus.





"Entre terra e água, ao longo de uma faixa de territorio em permanente mudança ap longo dos tempos, a intervenção humana tem sedimentado as mais variadas ocupações. Desde o século XVII até à actualidade, a sobreposição de diferentes vontades para este lugar, os recursos materiais e tecnológicos de cada momento, e a disponibilidade do património heredado, concorrem para uma sucessão de adaptações e de adições. Apesar disso o conjunto engloba unidades arquitectónicas de leitura inequívoca, dispostas segundo principios organizados ainda bem claros. O estado de adulteração e decadência de uma parte do conjunto é resultado de um processo de selecção natural, que o projecto ainda procura reverter em seu favor. Identificando os elementos de maior perenidade ou de maior carga poética, a proposta reconstrói com eles e a partir deles uma ordem primeira que engloba a memória do tempo decorrido e viabiliza o novo uso. "
Monografia dos Aires Mateus


Visita de estudo realizada durante o 1º ano na disciplina de Arquitectura I.
Ano lectivo 2007/2008