02/04/10

Tapume arquitectónico sobre a escultura Francisco Sá Carneiro


Após ter sido feita uma leitura da área de intervenção da praça do Areeiro e seu envolvente e da compreensão do território urbano surge a necessidade de establecer uma relação entre a cidade e a ilha simbólica que é a praça. Verifiquei uma série de caracteristicas únicas da praça com base na minha análise do sitio, praça esta que está integrada toda ela na cidade, mas simultaneamente esta não consegue interagir com o seu envolvente tornando-se assim um local apenas de passagem (de confluência de movimentos).

A minha proposta para o tapume surge como resposta a uma particularidade do sitio, por um lado a necessidade de se relacionar com a malha urbana que cresce em várias direcções consoante eixos de movimento e por outro lado o seu propósito de tapar a escultura de Francisco Sá Carneiro.



Planta de implantação
Escala 1/100

































Sendo a praça um local de passagem e envolta de grandes eixos pretendi enfatizar essas direcções com o propósito de a praça ser então um prolongamento habitável destes eixos.



Pretendi establecer o diálogo entre duas estruturas uma que serve propriamente de tapume, tem uma escala maior de forma a tapar a estátua e em que o seu acesso é limitado apenas aos trabalhadores e outra que envolve a primeira que pretende criar uma animação cénica com o envolvente tentando tirar partido das direcções, criando espaços habitacionais de lazer através dos seus ângulos, com uma escala mais delicada para a ocupação humana. Entre as duas estruturas existe um espaço de circulação limitado aos trabalhadores em que ao longo desse espaço se encontra o programa necessario às obras, desde arrumos de materiais até instalações sanitarias.

































Na escolha dos materiais foi tido em conta o carácter temporário do tapume e as condições do local. Por isso escolhi para o tapume e as condições do local. Por isso escolhi para o tapume interior uma estrutura em aço que sustenta as placas de policarbonato alveolar unidos por perfis metálicos, contendo assim um carácter de transparência deixando ver a estátua de uma maneira muito fosca. Para o tapume de carácter mais cénico escolhi placas de aglomeradas de madeira, também com uma estrutura implicita de tubos de aço para sustentação. Criando aqui um contraste entre os materiais.




Trabalho realizado na disciplina de Projecto I, 3º Ano do curso de Arquitectura da
Universidade Lusiada de Lisboa

Escola Superior de Educação de Setubal






Visita a Escola Superior de Educação de Setubal, na disciplina de Arquitectura II,
no ano lectivo 2008/2009

01/04/10

Biblioteca + Centro de aprendizagem do bairro

Foi-nos lançado o exercício num terreno neste momento construído com diversos edifícios situado entre o Beco do Maldonado e o Largo das Portas do Sol fazendo fronteira também com a Rua dos Cegos em Alfama, Lisboa onde teríamos de projectar uma biblioteca e centro de aprendizagem tendo como base as características deste sitio mas também uma interpretação dos livros da autoria do Gonçalo M. Tavares da colecção do Bairro.


Este sitio tem a particularidade de ter um desnivel de perto de 10m e que no cimo do terreno existe a ligação com o pátio Dom Fradique onde se encontra o projecto da Residencia de Estudantes elaborado anteriormente.








O meu projecto tenta em primeiro lugar dar uma resposta aquele sitio, tendo em conta as suas características e situação, dado a que este terreno se situa aberto para um grande largo com vista para a encosta da cidade e para o rio, e este tem umas propriedades muito especificas como uma inclinação de perto de 10m de altura, e fazer fronteira com umas escadas/beco sendo que este sitio está confinado por edifícios, um ao lado das escadas o que forma o beco e outro no outro limite do terreno, sendo que no topo das escadas existe um ponto confinante de 3 “ruas” que é o ponto que liga o Pátio D. Fradique, o meu projecto da residência de estudantes/camaratas a Rua dos Cegos, o beco do Maldonado e fica propicio a abrir ligação para biblioteca.


São estas características inerentes ao lugar que me levaram a criar uma barreira/fachada que acompanha a inflexão da rua e mantém a cota dos edifícios circundantes, mantendo o efeito de beco, esta estrutura espacial vai aumentar um piso acompanhando a topografia do local e aproximando-se da residência estabelecendo assim uma relação visual com esta.

A minha primeira ideia de estratégia projectual surgiu em criar uma estrutura envolta a um pátio dado a que no programa teríamos de ter em conta a existência de um pátio de literatura que funciona como prolongamento visual do largo adjacente mas com uma barreira tornando uma zona apesar de publica bastante mais intimista que o largo das portas do Sol.









Tentei tambem diferenciar quatro entradas para a biblioteca a três cotas diferentes, através do Largo das Portas do Sol duas entradas, uma junto as escadas do beco do Maldonado onde tem acesso a umas galerias e a umas escadas interiores de acesso a biblioteca que acompanham o mesmo movimento das escadas do beco do Maldonado, através dessa mesma fachada mas do lado oposto existe outra entrada que é feita ou para o pátio da literatura ou através de um sistema de rampas que acompanha o limite do meu terreno e que faz a ligação com a entrada à cota 63,60 que une o Pátio dom Fradique, o Beco do Maldonado, a Rua dos Cegos, e fazendo então a ligação agora com o largo e a entrada para a biblioteca propriamente dita. Sendo que a quarta entrada situa-se a cota 57,2 e é feita através de uma entrada lateral pelo beco do Maldonado redesenhando assim o limite das escadas com o limite da biblioteca sendo que esta entrada dá acesso a Cafetaria podendo assim a biblioteca propriamente dita funcionar de forma independente.


Tendo em atenção ao programa defini numa primeira fachada um programa mais exposto formando um jogo de cheio e vazios definindo assim espaços exteriores e outros interiores, sendo que a minha estrutura espacial faz uma forma de C acompanhando o limite das escadas, na perna do C mais recuada em relação as portas do largo do sol encontra-se as zonas da biblioteca mais intimistas que considerei os laboratórios de linguagem e as salas de investigação, espaços que requerem concentração.

Na cota 53 das entradas do largo encontra-se a livraria, centro de copias, zona administrativa e sala de eventos com duplo pé direito todos abertos exclusivamente para o pátio, já no piso superior acontece o oposto dado que o espaço da cafetaria é aberto é um vazio , sendo a cafetaria um lugar exterior um prolongamento visual do largo das portas do sol, sendo por isso um lugar privilegiado, nesse mesmo piso temos uma entrada pelo beco podendo nos aproximar e entrar através dum plano horizontal mas apenas estabelecer relações visuais com a sala de eventos não podendo existir uma interacção directa.

A partir do 3º piso encontra-se a biblioteca propriamente dita, sendo que as salas de leitura são lugares privilegiados pois encontram-se no volume da barreira com o largo, as salas de leitura estão recuadas em relação ao andares de baixo, considerei a possibilidade das 2 salas de leitura estarem unidas numa só criando lugares distintos dado ao facto de ter então duplo pé direito criei zonas mais reservadas sem qualquer contacto com o exterior e outras privilegiadas de uma vista sobre o largo e sobre o rio, sendo que nesta grande sala existe uma mesanine. Tanto o nível inferior da sala de leitura como no nível superior a partir da mesanine têm acesso a sala de acervo dado que esta a distribui por dois andares interdita a circulação geral. Nestes dois pisos encontra-se também os laboratórios de linguagem, que considerei zonas mais de trabalho e por tanto mais intimistas, considerei lugares mais fechados, mais virados para o seu interior, aberto apenas para o pátio e de uma forma lateral.


No ultimo piso encontram-se as salas de investigação e a Vip Lounge Leitor frequente sendo que o ultimo piso é o mais restrito desta biblioteca, sendo que as salas de investigação apelam para a concentração e o Vip lounge é um lugar privilegiado com zona interior e terraço exterior privilegiando a melhor vista desta estrutura espacial.













Trabalho realizado na disciplina de Arquitectura II,
no curso de Arquitectura na Universidade Lusiada de Lisboa,
ano lectivo 2008/2009

Biblioteca Nacional de França- Arquitecto Dominique Perrault



A biblioteca ocupa uma área de 7,5 Hectares, e o jardim que se encontra no centro do espaço,numa cota inferior tem 60.000m2.As quatro torres são os vertices do projecto, marcando os limites visuais do espaço.As torres têm 79m de altura.

O desenho das quatro torres do projecto simboliza livros abertos.
Cada torre tem um tema distinto: a do Tempo, a das Letras, a dos Números e a das Leis.


A biblioteca encontra-se no 13º bairro de Paris, numa zona anteriormente ocupada por caminhos de ferro.



Pela sua dimensão constitui uma forte presença na cidade, relacionando-se especialmente com o Rio Sena.


O projecto tinha inicialmente alguns problemas como a dificuldade e demora em aceder de uma torre para outra, pela sua grande dimensão e a excessiva exposição dos livros ao calor e luz pela transparencia das fachadas. Tambem era criticado pela sua rigidez. A estes problemas Dominique Perrault respondeu reduzindo a altura das torres para proteger o interior e criando o jardim central, que tornava o projecto mais suave e fazia a ligação mais directa e efectiva entre as torres.

Ao abrir e fechar as persianas as fachadas tornam-se estantes, uma vez que formam uma série de vazios e cheios semelhantes às de uma estante de livros a ser utilizada.






O jardim funciona como um prolongamento do espaço que rodeia o projecto, alinhando-se com a copa das árvores junto ao rio Sena.









































Programa:

Espaços públicos 59 070 m2

Capacidade de salas de leitura publica: 1556 lugares

Sala de leitura de pesquisa: 2034 lugares

Espaços de informação e de serviço ao público: 23 000 m2

Salas de conferência/exposição: 3000 m2

Espaços de Arrumos: 71 000 m2

Admnistração: 36 000 m2

Locais Técnicos: 35 000 m2

Estacionamento de 700 lugares : 20 500 m2

Jardim e Esplanada Pública: 60 000 m2



























Trabalho de investigação de uma biblioteca realizado na disciplina de Arquitectura II, no ano lectivo de 2008/2009